Valdir Aguilera
 Físico e pesquisador

 

 

Almanaque - Edição 28 - abril 2010

Engenheiros, físicos, matemáticos e quejandos

Estavam o avô e o neto conversando, quando o neto diz:
— Ah vovô eu vou desistir de engenharia, não consigo terminar!
E o avô retruca para o neto
— Você pode desistir, mas eu vou continuar!



O que é um menino complexo?
É o que tem a mãe real e o pai imaginário.



Como se desmaia um vetor?
Apaga a pontinha que ele perde o sentido.



Um engenheiro, ao morrer, chega na porta do céu e por engano, São Pedro o confunde com outra pessoa e o manda para o Inferno. Chegando lá, vê tudo aquilo muito quente, mal cheiroso, corre corre, sem estrutura nenhuma exatamente pra receber o povo mal. Então corre para falar com Satanás e faz um projeto de modernização do inferno. Coloca
centrais de ar condicionado, escada rolante, play ground para menores infratores que morreram com o tráfico, restaurante, instalações elétricas, fornalha movida a energia química.

Deus, vendo tudo aquilo, pergunta a Pedro o que tinha acontecido, e ele confirma o engano. Deus então desce para o inferno para ter uma conversa com Satanás:
— Satanás, aconteceu um engano. Esse engenheiro, como todos os outros, era para estar no céu, ao meu lado.
— Negativo, Deus! Ele agora é meu e ninguém toma!
— Pois eu vou brigar na justiça pelos meus direitos!
— É? E onde você acha que vai encontrar algum advogado?

Problemas de lógica

Beremis Samir, um notável calculista persa, tem suas aventuras narradas por Malba Tahan (pseudônimo de Júlio César de Melo e Souza, catedrático do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro) em O homem que calculava. Nesta edição do almanaque apresentamos um curioso problema que foi colocado a Beremis pelo califa Al-Motacen:

— Tenho cinco escravas, duas têm olhos pretos e as três restantes têm olhos azuis – começou o califa. As duas escravas de olhos pretos, quando interrogadas dizem sempre a verdade; as de olhos azuis, ao contrário, são mentirosas, isto é, nunca dizem a verdade. Vou chamá-las à sua presença. Todas terão o rosto inteiramente ocultos por espesso véu. Terás de descobrir e indicar a cor dos olhos de cada uma delas. Poderás interrogar três das cinco escravas, não sendo permitido, em caso algum, fazer mais de uma pergunta à mesma jovem. Com o auxílio das três respostas obtidas, o problema deverá ser resolvido e a solução justificada com todo rigor matemático. E as perguntas, ó calculista, devem ser de tal natureza que só as próprias escravas sejam capaz de responder.

Em seguida, as escravas foram trazidas à presença de Beremis. "Como descobrir, pelas respostas, a cor dos olhos de todas elas? Qual das três deveria interrogar? Como decidir quais as duas que ficariam alheias ao interrogatório?", pensou Beremis. O caso era, realmente, muito sério.

As cinco, embuçadas, colocaram-se em fila no centro do suntuoso salão. Fez-se grande silêncio. Nobres muçulmanos, xeques e vizires acompanhavam com vivo interesse o desfecho daquela situação.

O calculista aproximou-se da primeira escrava e perguntou-lhe:

— De que cor são os teu olhos?

Por Alá! A escrava respondeu em dialeto chinês, totalmente desconhecido pelos muçulmanos presentes, inclusive por Beremis que não compreendera uma única palavra da resposta dada!

Apesar da resposta, que Beremis não entendeu, ele foi capaz de resolver o problema. Como procedeu?

Resposta na próxima edição.

Resposta da edição anterior:


Melhore seu vocabulário em inglês

O texto a seguir foi composto com base nas 500 palavras mais usadas em inglês. Aproveite para rever seu vocabulário. Coloque o mouse sobre as palavras em vermelho para ver a tradução.

The happiest part of life

Some people in a hotel were talking about the happiest part of a man's life.

— It's best to be young, said an old man. A boy's father and mother take care of him. His food is always ready when he wants it. If he wants a little money, his father will give him some. He has a good life. He's strong.

— No, said a woman. Children are often ill, and they can't always do the things that they like. They have to go to bed when they want to stay with their friends. They have to read books when they want to go out. A child's life isn't very happy. Children often cry, but men don't cry. It's better to be a young man. He's strong and his life's before him. He has his work and it brings him money. He can always find work, because people like young workers. He can go to other towns and cities. He can even go to other countries.

— But he can't do as he likes, said the old man. He has to work for older people. And he has to work every day because he hasn't much money.

— He can always get work, she said, and if he doesn't like his work, he can leave it. And think! He may fall in love with a beautiful girl. Then he's the happiest of men.

— Oh, no, said the old man. If he falls in love, he's not happy. The girl may not love him. Some young men shoot themselves when they're in love.

— Not many.

— If he loves a girl, he wants to know everything about her, and she may not tell him very much. He's always thinking of her. If he sees her in a car with someone else, he's unhappy. He thinks about the car all day.

— But she may marry him, said the woman. Then he's happy.

— No, said the old man. He may be happy for two or three months. But soon he begins to think about money. He's afraid. He may lose his work, and now he has a wife. He must take care of her. He loves his wife, and he wants her to be rich and happy.

— He may not love her very much.

— If he doesn't love her, he's very unhappy. I'm sorry for a man who doesn't love his wife. And if he loves her, he has to work day and night.

— He'll have more money when he's older, she said. He can work hard when he's young. Then, later on, he will have a lot of money. So an old man is the happiest. His work is done. He can sit by the fire, walk in the country, talk to friends and live in a nice house. Day after day he can do just as he likes.

— No, said the old man. He may soon die, and he's afraid. He's often ill. He's not strong, and he can't do all the things that he did before.

The woman looked at the old man's face.

— So you're not happy, she said.

— Not very.

— When is a man happy? she asked.

A young man near them spoke for the first time. — I know the answer to that question, he said. Call no man happy until he is dead. The old Greeks said that, and they were right.

As 1001 noites - O pescador e o gênio

Havia um pescador muito velho e muito pobre que mal conseguia ganhar dinheiro para não deixar morrer de fome sua mulher e seus três filhos. Todos os dias, de madrugada, ele saía para pescar. Lançava sua rede ao mar quatro vezes.

Um dia, numa noite de lua, foi até a praia. Tirou a roupa, entrou na água e lançou a rede. Quando a puxou, sentiu resistência. Pensou: “Desta vez, fiz uma boa pescaria!” – e ficou muito contente. Porém, quando foi ver o que estava nas malhas da rede, notou que não passava de uma carcaça de burro, e passou da alegria à mais completa tristeza.

O pescador, então, costurou a rede, que tinha-se rasgado com a carcaça, e a lançou de novo às águas. Ao puxá-la, sentiu grande resistência e concluiu:
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Efemérides

09 abr 1869: Élie-Joseph Cartan
Matemático francês, nascido em Dolomieu. Desenvolveu a teoria dos grupos de Lie e contribuiu para a teoria das subálgebras. Faleceu em Paris em 6 de maio de 1951.

15 abr 1707: Leonard Euler
Físico e matemático suíço, nascido em Basilea. É considerado o pai da geometria analítica moderna. Introduziu o uso do cálculo infinitesimal para desenvolver a Mecânica. Também desenvolveu uma teoria para explicar os movimentos da lua (problema de três corpos) e foi pioneiro na ciência da Hidrodinâmica. Faleceu em São Petersburgo em 18 de setembro de 1783.

16 abr 1845: Julio Ribeiro
Escritor e gramático brasileiro, nascido em Sabará, MG. Não há acordo sobre o dia em que nasceu. Alguns biógrafos apontam como sendo 10 de abril. Criador da bandeira do estado de São Paulo, concebida em 1888 para ser a bandeira da República. Foi membro da Academia Brasileira de Letras. Anticlerical e ardoroso representante do Naturalismo, movimento fundado pelo francês Émile Zola. A Carne, publicado em 1888, é seu romance mais conhecido, possivelmente a sua obra-prima, e está disponível na Biblioteca deste site. Faleceu em Santos em 01 de novembro de 1890.

18 abr 1882: Monteiro Lobato
Escritor brasileiro nascido em Taubaté, SP. Dotado de grande poder de expressão e domínio de linguagem. Revolucionou a indústria e a comercialização de livros. Fundador da moderna literatura infanto-juvenil brasileira, criou personalidades antológicas, como Jeca Tatu, Visconde de Sabugosa, a boneca Emília e Dona Benta, proprietária do Sítio do Picapau Amarelo. De suas obras para adultos, destacam-se Urupês e A onda verde. Faleceu em São Paulo. em 4 de julho de 1948. (Os livros Reinações de Narizinho e O Sítio do Pica-pau Amarelo estão disponíveis na Biblioteca deste site.)

19 abr 1883: Getúlio Dorneles Vargas
Nascido em São Borja, RS, foi presidente do Brasil duas vezes: 1930-1945 e 1951-1954. Após ter sido derrotado como candidato à presidência em 1930 (na época governador do estado do Rio Grande do Sul), conduziu uma revolução que o levou ao poder. Manteve a Assembleia Constituinte até 1937, quando decidiu governar por si mesmo, criando o Estado Novo. Durante seu segundo mandato, diante dos sucessivos escândalos que abalaram o seu governo, suicidou-se no Rio de Janeiro em 24 de agosto de 1954.

20 abr 1884: Augusto dos Anjos
Poeta brasileiro nascido em Cruz do Espírito Santo, PB, famoso por sua linguagem de expressão científica. Sua obra mais conhecida é Eu ("A mais abstrusa das mesclas de lirismo espiritual e de rudeza materialista", Agripino Griecco). Faleceu em Leopoldina, MG, em 12 de novembro de 1914.

21 abr 1792: Execução e morte de Joaquim José da Silva Xavier
Nascido em Pombal, MG, em 16 de agosto de 1746 ou 12 de novembro de 1748, é mais conhecido como Tiradentes, por ter sido dentista. Grande patriota e mártir, organizou e liderou a primeira grande insurreição contra o governo português no Brasil. Considerado herói nacional, é também lembrado como um dos precursores dos movimentos de independência na América Latina. A execução se deu no Rio de Janeiro.

23 abr 1858: Max Karl Ernst Ludwig Planck
Físico alemão nascido em Kiel. Sua teoria quântica e a teoria da relatividade, de Einstein, inauguraram a era moderna da Física. Seus primeiros trabalhos, influenciados por Clausius, foram em termodinâmica. Depois dedicou-se ao estudo das propriedades físicas do corpo negro. Foi nessa ocasião que ele introduziu a ideia revolucionária da quantização da energia. Demorou muito para Planck acreditar nos quantos que ele mesmo descobriu, apesar dos trabalhos de Einstein (efeito foto-elétrico) e de Bohr (modelo atômico). Recebeu o prêmio Nobel de Física em 1918. Faleceu em Gotemburgo em 4 de outubro de 1947.

25 abr 1900: Wolfgang Pauli
Físico austríaco nascido em Viena. Passou a maior parte de sua vida em Zurique. Uma de suas contribuições mais importantes à Física Moderna é o descobrimento do Princípio de Exclusão de Pauli. Foi ele quem por primeira vez propôs a existência do neutrino (descoberto apenas 30 anos depois). Recebeu o prêmio Nobel de Física em 1945. Faleceu em Zurique em 15 de dezembro de 1958.

29 abr 1854: Henri Jules Poincaré
Matemático, cosmólogo e filósofo da ciência francês, nascido em Nancy, Lorena. Mais conhecido pelas suas inúmeras contribuições para a Matemática (pura e aplicada) e Mecânica Celeste. Considerado por muitos como o último universalista. Faleceu em Paris em 17 de julho de 1912.

30 abr 1777: Johann Karl Friederich Gauss
Matemático alemão nascido em Brunswick num pobre casebre. Inventou o método conhecido como mínimos quadrados e fez muitas contribuições para a Teoria dos Números. Descobriu uma geometria não euclidiana. Tornou-se célebre quando mostrou como redescobrir o asteroide Ceres, cujas coordenadas haviam sido perdidas. Mais tarde interessou-se pelo estudo do magnetismo, em particular do magnetismo terrestre. Também é lembrado pelas suas contribuições à Estatística e ao Cálculo Infinitesimal. Faleceu em Gotemburgo em 23 de fevereiro de 1855.


 

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