Valdir Aguilera
 Físico e pesquisador

 

 

Bagagem espiritual indica tendências

Devido à grande importância que elas têm para o futuro das sociedades bem constituídas, das nações, enfim, da humanidade como um todo, sem esquecer do próprio amanhã do Racionalismo Cristão, mais uma vez nos referimos às crianças e aos cuidados que elas devem receber de pais, educadores, professores e demais pessoas interessadas no desenvolvimento do seu caráter e na formação da sua personalidade, para que se tornem boas cidadãs e bons cidadãos na idade adulta.

Os estudiosos da espiritualidade defendida pelo Racionalismo Cristão sabem que as crianças até mais ou menos os sete anos de idade estão ainda em contato com os respectivos campos de estágio de evolução, razão pela qual não são tão apegadas à materialidade dominante em inumeráveis campos vibracionais componentes da atmosfera fluídica da Terra, daí se entreterem com o próprio corpo físico na tenra idade, se divertirem com coisas simples à medida que vão crescendo, sem necessidade de brinquedos caros ou sofisticados, porque suas diversões têm origem na peculiar criatividade, no seu mundo de fantasias.

Por isso, é fundamental que os pais e os parentes que porventura convivam no mesmo lar observem atentamente os traços gerais do caráter das crianças na fase da infância, que nada mais são do que as tendências que revelam no dia a dia e mostram o nível de desenvolvimento de seus naturais atributos já conquistado em vivências espirituais anteriores à da existência em curso, incentivando os comportamentos que são construtivos e auxiliam no progresso espiritual, como solidariedade e desprendimento e combatendo as atitudes que são impróprias ou prejudiciais, como egoísmo e ambição, sempre com muito diálogo, afeto e dando aos filhos, principalmente, bons exemplos.

As crianças são fortemente afetadas pelos exemplos que recebem dos adultos, seguindo-os nos comportamentos, repetindo o palavreado que escutam, imitando até gestos e trejeitos, e, por essa razão, devem os mais velhos se policiarem diuturnamente, para que não deem más lições aos mais novos.

À medida que crescem em tamanho e idade, indo ao encontro da fase da mocidade, as crianças começam a receber as influências da materialidade que mencionamos, porque passam a vivenciar as experiências que o mundo físico proporciona e, mais uma vez, o papel dos pais na educação dos filhos é de fundamental relevância, para que não caiam na tentação do consumismo exagerado tão comum atualmente, para que utilizem computadores, telefones móveis e jogos eletrônicos de forma seletiva e evitando os excessos, para que tenham muita cautela e atenção no conteúdo das informações disponibilizadas nas mídias sociais.

É claro que a tecnologia digital é importante na formação da personalidade, mas ela deve ser direcionada para a prática do bem, para divulgar boas notícias e promover o conhecimento mais rápido das coisas úteis ao progresso material e ao crescimento espiritual, porém jamais voltada para o mal, como espalhar notícias mentirosas, mostrar procedimentos inadequados, assumir atitudes radicais ou expressar preconceitos, discriminações e outras mazelas humanas.

Se a fiscalização dos pais no uso moderado dos mencionados recursos tecnológicos por parte dos filhos é relevantíssima, então perguntamos que tipo de ajuda pode o Racionalismo Cristão dar nesse contexto educativo e de pronto oferecemos a resposta, qual seja a de levar o esclarecimento espiritual às famílias, porque os pais esclarecidos pelos conceitos e princípios de nossa filosofia de vida terão melhores condições de criar um ambiente fluídico harmônico e saudável nos lares, onde compreensão, entendimento, paciência, desprendimento, renúncia, comunhão de bons sentimentos e exemplos sejam lugar-comum, para que os filhos na idade adulta respeitem os semelhantes, comportem-se com educação e civilidade em qualquer ambiente, tornem-se respeitados cidadãos.

Portanto, a espiritualidade defendida pelo Racionalismo Cristão é o caminho a ser seguido por todos que queiram despertar para a realidade da vida e construir um mundo melhor, com mais harmonia, compreensão e entendimento.

Publicado na edição de novembro de 2024 do jornal "A Razão".

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