Mais luz sobre a matéria escura
José Alves Martins
Como dissemos anteriormente, os primeiros filósofos gregos já admitiam a existência do fluido universal ou cósmico, matéria original, eterna e ilimitada, imponderável, invisível e indivisível, essência ou princípio fundamental de todas as coisas, que penetra todos os corpos, estendendo-se pelo espaço infinito.
Em outubro do ano passado, o físico Valdir Aguilera, responsável pelo site do Racionalismo Cristão, publicou neste jornal artigo em que comentava a inauguração do LHC (Large Hadron Collider – Grande Colisor de Hadrons), a maior máquina jamais construída pelo homem.
Um dos importantes objetivos dessa maravilha da ciência moderna seria, segundo informou o nosso cientista, detectar o que vem sendo chamado de matéria escura. Esse assunto, diz ele, é de especial interesse também dos racionalistas cristãos. E explica por quê:
"Sabe-se que uma percentagem enorme da matéria existente no Universo não está organizada na forma de matéria 'ordinária', isto é, na forma da matéria como estamos acostumados a encontrar no Universo. A matéria escura não é constituída de prótons, nêutrons e elétrons. Essa matéria misteriosa (invisível) penetra todos os pontos do Universo, podendo-se deduzir sua existência da forte atração gravitacional que exerce sobre estrelas e galáxias. Nós, racionalistas cristãos, podemos suspeitar que essa matéria escura nada mais é do que a matéria fluídica (fluido cósmico) mencionada nas obras do Racionalismo Cristão."
No entanto, antecipando-se às experiências do LHC, a Nasa (agência espacial norte-americana) anunciou, em agosto de 2006, a primeira prova a fornecer uma evidência direta da existência da esquiva matéria escura. A descoberta foi possível graças ao observatório de raios X Chandra da Nasa, que flagrou gigantesca colisão de dois grandes agrupamentos de galáxias, maior evento cósmico já observado pelo homem. Esse espetacular choque galáctico ofereceu aos cientistas o que eles então chamaram de "evidência definitiva" da existência da matéria escura.
Ao analisar a colisão, os astrofísicos observaram que a distribuição da matéria normal (visível) era diferente da distribuição gravitacional, fenômeno que, segundo eles, é explicado pelo fato de que, na colisão, a matéria normal foi afetada de maneira diferente da que afetou a matéria escura.
No ano seguinte, em outra pesquisa que lançou mais luz sobre essa matéria escura, os astrônomos da Nasa fizeram outra descoberta. Dessa vez, por meio do telescópio Hubble, detectaram, em torno de um enxame de galáxias situado a 5 bilhões de anos-luz do nosso planeta, matéria escura com estrutura única, diferente do gás e das galáxias do enxame.
"Sermos capazes de constatar uma estrutura de matéria escura tão distintamente nos permite, a partir de agora, estudar como ela se distingue da matéria normal", disse James Lee, membro da equipe de astrônomos da agência espacial norte-americana.
A conclusão da ciência é que apenas 4% do Universo são compostos da matéria que conhecemos - estrelas, gás, poeira cósmica, planetas, outros objetos celestes e os nossos próprios corpos. A matéria escura, alvo de especulação desde a década de 1930 e da qual só agora se tem uma evidência direta, obtida pela Nasa, compõe outros 21%. Nada menos, então, que 75% do cosmo seriam compostos de energia escura. Sobre esta, no entanto, os cientistas sabem muito pouco ou quase nada ainda.
Aqueles que, equivocadamente, consideram a Força Universal como uma espécie de energia, poderão cair no erro de identificá-la com essa energia escura, assim chamada pela ciência por ser invisível, a exemplo da matéria escura. Com efeito, como provou Einstein, a matéria nada mais é que energia condensada, tendo também Luiz de Mattos, codificador do Racionalismo Cristão, afirmado que toda energia é matéria, não podendo, portanto, ser confundido com a Força.
(Publicado originalmente no jornal A Razão, de julho de 2009, www.arazao.com.br)
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