As oportunidades
Luiz de Souza
O aproveitamento das oportunidades é que traz às pessoas o ensejo de prosperar. Elas se apresentam,
em maior ou menor número de vezes, a todos os seres. Para não as deixar escapar, é preciso alertamento,
especialmente quando se mostram de modo sutil.
O importante, para que se saiba reconhecê-las, é dispor o indivíduo da necessária sensibilidade. Todos
possuem a mediunidade intuitiva, graças à qual é possível bem orientar os passos na vida.
Por intuição, pode-se perceber a aproximação das oportunidades e tirar o melhor partido da situação,
sempre de maneira digna, honesta e leal. Se a aparente oportunidade implicar adoção de medidas que
não sejam de ordem elevada, não é oportunidade.
Muitos há que, empolgados por falsas oportunidades, se atiram a elas, fechando os olhos aos meios,
para atingir os fins; estes, por essa forma, estão confundindo oportunidades com usurpação, e levarão
a pior parte, na hora das apurações. Caem nesse logro os afoitos, os que desconhecem as leis espirituais.
Em qualquer circunstância da atividade terrena, é indispensável pôr em uso os conhecimentos espiritualistas.
Quem os não tiver, estará sujeito aos maiores dissabores, aos mais tristes desfechos na vida de relação.
Pode o indivíduo conseguir prosperidade material, forçando oportunidades com golpes aventureiros,
com atuações ilícitas e manobras escabrosas, mas a posição adquirida por tal caminho agravará a
sua conta devedora para com a evolução, e o resgate terá de ser feito, a qualquer preço.
As oportunidades que devem ser aproveitadas são aquelas que se encaixam, perfeitamente bem, nos
recursos individuais, e surgem como dádivas espontâneas, em retribuição ao esforço unido ao merecimento.
Se as oportunidades não oferecem grandes recompensas, nem por isso deverá a pessoa alterar o
seu estado de conformação. Os espiritualistas são conhecedores das leis de causa e efeito, e
sabem que os efeitos, sejam eles quais forem, são o resultado de uma causa.
Por isso recebem os efeitos, desde que lhes pertençam, sem amargura nem reclamações, certos de
que eles terão uma duração correspondente e o seu fim. Os efeitos terão de ser anulados pela
sua absorção, pela sua transformação em dor, quando tiverem origem no erro.
O espiritualista nada deve procurar fazer para que efeitos dolorosos se produzam, aplicando-
se ao bom uso do livre arbítrio, e só se servindo das oportunidades que venham ao seu encontro
para o seu progresso espiritual e conforto moral.
Em toda análise que se fizer do viver terreno, há de se chegar à conclusão de que nenhuma ventura
poderá tornar-se efetiva, sem que a espiritualidade seja o seu agente. Portanto, ser espiritualista
deveria constituir o objetivo máximo de toda pessoa sensata.
É do que cogita o Racionalismo Cristão na sua tarefa meritória de despertar as almas que animam um corpo físico
para a sua própria natureza espiritual, sem o que ninguém poderá viver com a superioridade
desejada e cumprir a sua missão, tal como foi estabelecida.
Há uma falsa concepção de que ser espiritualista é viver alheio às contingências terrenas. Nada
mais errado. O espiritualista toma parte ativa em todas as obrigações materiais que lhe estiverem
afeitas, executando-as com exata noção dos seus deveres espirituais.
Ele é uma pessoa que não se locupleta com o patrimônio estranho, não extorque, não subjuga,
não humilha, a todos tratando com urbanidade, consideração, respeito e cristãmente.
As oportunidades de que se serve, quando valiosas, não lhe alteram os hábitos, não lhe modificam
as atitudes, não o envaidecem. São seres conscientes e esclarecidos. Sabem que a sua passagem
pelo mundo, tantas vezes quantas forem necessárias, obedece a um plano construtivo de valorização
e de crescimento espiritual.
Do livro "Ao encontro da espiritualidade", de Luiz de Souza. Pode ser adquirido na livraria virtual
do Racionalismo Cristão (http:/livrariarc.net/livros)
De "As oportunidades" para "Para pensar e praticar"
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