Valdir Aguilera
 Físico e pesquisador

 

 

Forças e matérias

Valdir Aguilera

A doutrina racionalista cristã ensina que o Universo é constituído de Força e Matéria. Não há uma só porção do Espaço sem a presença desses dois princípios. Onde há Matéria, há Força atuando nela, e onde há Força, há Matéria sofrendo atuação.

A Força se apresenta e manifesta de diferentes formas. No plano físico, a Física identifica quatro forças fundamentais, associadas a campos ou interações, a saber: gravitacional, eletromagnética, fraca e forte. Em termos delas, tem sido possível explicar todos os fenômenos observados no Universo, cósmico ou microscópico.

Muito esforço tem sido realizado pelos físicos teóricos para reduzir os quatro tipos de força a uma só. Resultados parciais, mas importantes, já foram alcançados. Acreditamos no sucesso final, pois esses quatro tipos de forças são manifestações particulares de uma Força mais fundamental.

Da mesma forma que a Força se manifesta de múltiplas formas, também a Matéria se apresenta em diversas categorias, que constituem campos onde a Força pode manifestar-se para realizar seu processo evolutivo. Por esta razão, são chamados de campos de manifestação da Força (Racionalismo Cristão, 44ª ed., 2010, Capítulo Força e Matéria).

Essas categorias de Matéria se caracterizam por estados diferentes de densidade. Os mais conhecidos desses estados são o sólido, o líquido e o gasoso. Esses estados limitam o exercício e as funções da Força ao universo físico. Há, contudo, outros estados mais sutis de Matéria que propiciam à Força condições para estender e desenvolver suas funções. Esses estados de Matéria são chamados, em geral, de matéria astral.

Quando a Força alcança o estado evolutivo que lhe permite atuar em um corpo humano – e passa a se chamar espírito –, se utiliza, no processo de encarnação, de dois tipos de matéria astral com que vai constituir sua identidade temporária. Uma dessas matérias constitui seu corpo fluídico, que carrega consigo pela eternidade. Essa matéria é própria do mundo de estágio a que pertence. A outra é matéria astral própria do mundo em que vai encarnar.

Antes de encarnar, para preparar o corpo físico que vai utilizar, a Força se utiliza de seu corpo fluídico e de matéria da atmosfera fluídica do planeta Terra. A esta matéria se dá o nome de etérica e com ela é preparado o modelo, ou arquétipo, que vai determinar a aparência do corpo físico, assim como propiciar condições de que o espírito vai precisar para cumprir o programa delineado em seu mundo de estágio. Ao corpo formado com essa matéria se dá o nome de duplo etérico.
Por exemplo, é o duplo etérico que vai determinar se um corpo físico será bonito ou feio, se terá voz apropriada a um cantor ou a sensibilidade de um artista etc. Esse arquétipo se constrói com intermediação do corpo fluídico do espírito encarnante, sob a ação de leis naturais ainda desconhecidas por nós, e sua construção é supervisionada em todos os seus detalhes pelo Astral Superior.
Embora o Astral Superior supervisione a formação do corpo físico, é importante assinalar que, após a encarnação e a formação completa do físico e duplo etérico, a boa ou má manutenção deles vai depender do bom ou mau uso que o espírito fizer do seu livre-arbítrio.

No duplo etérico fluem energias a partir de pontos de irradiação nele localizados, da mesma forma que o sangue flui no corpo físico a partir do coração. É através do duplo etérico que o físico recebe os elementos determinantes da saúde. Qualquer violação cometida no duplo etérico repercute no físico, e vice-versa. Espíritos do astral inferior podem espargir fluidos deletérios no duplo etérico e no corpo fluídico de uma pessoa prejudicando sua saúde. Daí a importância da prática da limpeza psíquica diariamente.

Ao desencarnar, o espírito leva consigo seu eterno corpo fluídico, mas deixa para trás o duplo etérico, que vai desvanecer-se à medida que o corpo físico se decompõe. Tanto a matéria do corpo físico quanto a do duplo etérico são devolvidas aos campos de manifestação existentes na atmosfera fluídica do planeta Terra. Podemos dizer que o duplo etérico nasce com o corpo físico e fenece com ele.

Após a desencarnação do espírito, em geral o duplo etérico se desintegra nas proximidades do corpo físico. Às vezes é visto pairando sobre um túmulo e confundido com o espírito do defunto. Se o espírito desencarnou vitimado por uma doença contagiosa, os elementos deletérios dessa doença permanecem no duplo etérico e podem ser utilizados por espíritos do astral inferior para serem espargidos em outras pessoas em detrimento da saúde delas. Daí ser recomendada a cremação. Ao ser incinerado o corpo físico, o duplo etérico imediatamente se desliga dele, se decompõe e volta ao seu campo de manifestação, impossibilitando seu uso por forças do astral inferior.

Muitas emoções que o espírito necessita sobrepujar para seu progresso são facilitadas por determinadas categorias da matéria etérica que envolve apenas a atmosfera fluídica dos mundos-escola. Esta é uma das razões por que espíritos não podem evoluir em mundo de estágio.

Vemos, assim, que um espírito encarnado conta com: um corpo físico, um corpo fluídico e um duplo etérico. Com eles realiza parte do processo evolutivo que toda parcela da Força tem de realizar.

(Publicado na edição de fevereiro de 2013 do jornal A Razão)

De "Forças e matérias" para "Artigos"

Copyright©2008 valdiraguilera.net. All Rights Reserved