Como 'medir' o grau de evolução do espírito
Valdir Aguilera
Este é um ensaio sobre como "medir" o grau de evolução de um espírito. Como espírito é Força, comecemos com a gênese das forças, isto é, qual sua origem e como se desenvolvem.
O Universo é uma fonte contínua e inesgotável de partículas de força. Forças elementares estão sendo criadas, melhor dito: individualizadas a partir de um Todo, a cada momento num processo eterno e interminável. A força (à semelhança da energia ou matéria) é, portanto, quantizada. Esta afirmação abre caminhos promissores, mas ainda não percorridos pelos cientistas.
Podemos formar uma imagem do processo de "criação" tomando o mar como exemplo. Constantemente moléculas de água evaporam do oceano e desenvolvem um ciclo bem conhecido que se completa com a volta delas, por vários caminhos, à sua própria origem, o oceano. Quando pensamos em forças, esse quadro é parcialmente aceitável. Assim como as moléculas de água retornam à sua origem, também as forças o fazem, com a diferença de que as moléculas de água continuam sendo moléculas de água como antes, enquanto que as forças, ao se fundirem com o Todo de sua origem, o fazem levando muitos atributos que não tinham originalmente. Esses atributos foram adquiridos e desenvolvidos ao longo de diversos caminhos de volta.
Ao serem individualizadas, as forças elementares imediatamente passam a atuar sobre uma porção da matéria que se encontra em seu estado fluídico. Essa matéria fluídica permeia todo o Universo apresentando-se em inumeráveis categorias de densidade. A categoria da matéria nesse estágio inicial de ação das forças elementares é a de matéria fluídica em seu estado de densidade mais alta. Essa matéria vai sofrendo modificações em sua densidade à medida que a força vai se transformando.
Em seu estágio inicial, as forças elementares têm um mínimo de atributos. São esses atributos que determinam a categoria (densidade) da matéria em que as forças atuam. Aparentemente, a primeira propriedade em plano físico manifestada pela matéria por ação da força elementar é a sua massa. Outras propriedades (carga, spin, etc.) vão surgindo à medida que a força vai adquirindo mais atributos.
Esse processo de aquisição de atributos caracteriza uma transformação da força. A essa transformação por enriquecimento de atributos dá-se o nome de evolução. Evoluir é, portanto, um sinônimo de transformar.
Todas as forças, em seu estado inicial, têm a mesma intensidade, que se traduz pelo poder que têm de atuar sobre a matéria. Esta igualdade das intensidades das forças físicas elementares é prevista pelo Modelo Padrão, da Física Moderna, mas ocorre apenas em regiões extremamente pequenas. No processo evolutivo, as intensidades vão se alterando. No plano físico, por exemplo, elas se apresentam com ordens de intensidade bastante diferentes [1].
Como caracterizar os atributos das forças? Ao se individualizar, a força traz consigo um atributo intrínseco: ela vibra em um modo primitivo. À medida que evolui, no processo acima mencionado, ela passa a vibrar em muitos outros modos. No plano físico, cada modo de vibração é responsável por uma propriedade do corpo em que atua. Assim, todas as propriedades das partículas elementares (massa, carga, spin etc.) são consequências desses modos diversos de vibração da força.
O processo de evolução das forças envolve, portanto, aquisição de mais e mais modos de vibração. Para que isso seja possível, a matéria fluídica sobre a qual elas operam vai sendo substituída por matéria de densidade cada vez menor. A matéria utilizada pelas forças vai se diafanizando.
Abrindo parênteses para uma digressão, é possível que as "cordas vibrantes" sugeridas pela Teoria das Cordas nada mais sejam do que as forças elementares aqui propostas. Naquela teoria, entre as primeiras propriedades manifestadas pelas "cordas" encontra-se a massa, como conjecturado acima. Notemos que as "cordas" têm existência apenas na estrutura matemática da teoria; são entidades matemáticas. Nesta digressão, elas têm existência física, em forma de forças elementares. Fechemos parênteses.
Os atributos das forças são, assim, caracterizados pelos seus modos de vibração. Quanto mais atributos possuir, mais evoluída é a força. Em outras palavras, e respondendo ao desafio inicial, podemos "medir" o grau de evolução de uma força pela variedade de modos em que vibra. Quando a força adquire atributos suficientes - por transformações sucessivas ao longo de sua jornada pelos diversos reinos da natureza -, ela está em condições de organizar um corpo físico, nele atuar e recebe a denominação de espírito. É uma nova etapa em que vai continuar se enriquecendo com novos modos de vibração.
Notemos que em sua atuação, isto é, de ação sobre um corpo físico, a força já "sabe", já tem atributos suficientes para organizar e gerenciar todas as forças "menores" que atuam na constituição, organização e operação daquele corpo. Quando conhecermos todos esses atributos, ou modos de vibração, teremos condições de "medir" o grau de evolução de um espírito.
[1] http://www.valdiraguilera.net/as-forcas-do-universo.html
(Este artigo foi publicado no jornal "A Razão", edição de outubro de 2013.)
(Este artigo foi publicado no jornal "A Razão", edição de outubro de 2013.)
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