O poder do pensamento
Valdir Aguilera
O espírito é uma força. Como todas as demais forças, está permanentemente vibrando.
Uma vibração emite ondas que se propagam no meio em que ocorrem. Diz-se
que a vibração foi transmitida.
Como um exemplo para ilustrar esse fenômeno, tomemos uma vara e a façamos
vibrar em uma vasilha com água. Notaremos a formação de ondas que se formam
no ponto em que a vara toca a água e dele se afastam, se transmitem, em todas
as direções. As ondulações continuam sendo produzidas enquanto a vara estiver
vibrando. Neste exemplo, a água é o meio em que a vibração é transmitida. As ondas
são coisas criadas pela vibração, e têm existência própria. O pensamento é uma
vibração do espírito, portanto é transmitido tornando-se uma coisa, como as ondas
mencionadas acima, com existência e características próprias [1]. Algumas dessas
características do pensamento são intensidade, forma, cor, timbre e odor.
Os pensamentos são coisas, repetimos. Como tais, têm formas reais carregando
energia e poder. Esse poder causa efeitos. Compreender os efeitos do pensamento
é assunto de máxima importância, pois eles desempenham papel relevante
na felicidade ou no infortúnio dos seres humanos. Vejamos alguns desses efeitos.
Se o emissor de um pensamento tem uma pessoa como alvo, isto é, está pensando
nela, esta poderá ou não absorver o pensamento original; vai depender das
condições em que ela se encontra. Uma vez captado e incorporado o pensamento
que lhe veio de fora, pode ter a impressão de que foi ela mesma que o criou. Pode
até acontecer de entrar em contato com a outra e dizer “Olhe, estava pensando em
você! Quais são as novidades?”
Consideremos, agora, o caso específico de alguém desejando um mal para outro. Esse desejo
provoca uma vibração do espírito e, em consequência, um pensamento que vai ser transmitido na direção
da possível vítima. O mal vai “vingar”? Depende, como veremos. Os pensamentos
refletem a condição psíquica e o caráter, permanente ou temporário, de uma pessoa
e criam em torno dela uma atmosfera fluídica à qual se dá o nome de aura. É esta
aura que vai acolher ou repelir pensamentos que chegam até ela e vai determinar se
há ou não afinidade com algum pensamento que a atinge. Se houver, absorverá tal
pensamento; caso contrário, vai repeli-lo não lhe dando guarida. Neste caso, a aura
está atuando como um escudo protetor.
Um pensamento absorvido produz, na pessoa que o acolheu, um efeito definido
pela qualidade desse pensamento. Se o emissor estava determinado a causar um
mal e a aura do alvo permitir que seu efeito seja sentido, a vítima vai sentir-se mal,
pode até ficar doente. Se sua aura repelir o pensamento, este retorna à sua origem
onde provocará a consequência idealizada pelo emissor. Este fenômeno natural é
conhecido comumente pela frase “quem o mal faz para si o faz”. Assim, quem for vítima
de um mau pensamento, não pode atribuir a culpa a quem o idealizou. É responsabilidade
dela, também, por ter criado em torno de si um ambiente psíquico propício
e que case com a qualidade do pensamento original. É importante ter ciência disso e
não culpar supostos “encostos” para justificar a infelicidade por que está passando.
Ainda que o pensamento não tenha uma pessoa como alvo, ele não deixa de
ter consequências, devido ao poder que carrega consigo. Por afinidade vai se
juntar a outros de mesma qualidade formando um todo que aumenta seu poder à
medida que novos pensamentos afins vão se acumulando e avolumando. Esse todo,
essa massa de pensamentos, também tem existência própria e é causadora de efeitos.
Pela lei de atração, pode por-se em contato com pessoas induzindo ou reproduzindo
nelas as emoções, sentimentos, desejos ou outros estados mentais que
trazem em seu bojo.
Mesmo aqueles pensamentos ou sentimentos aparentemente inofensivos
como, por exemplo, não gostar de uma pessoa porque julga que ela faz coisas erradas
ou queixar-se de uma situação ou condição em que se encontra, geram potencialidades
negativas. Mencionar ou difundir superstições (sexta-feira 13 é um dia que traz azar,
por exemplo) é outra prática que contribui para fortalecer as correntes de pensamentos
negativos. Parece inofensivo, mas não é, como não o é dar atenção e perder tempo
com notícias ruins divulgadas pela mídia. Não sejamos indulgentes nem complacentes
com nossos pensamentos, pois eles não o são conosco.
Pela lei de causa e efeito, somos hoje o resultado do que pensamos no nosso passado.
Cuidemos, portanto, de nossos pensamentos, pois eles estão moldando agora
os dias de amanhã. Alimentar pensamentos otimistas, criativos, alegres, positivos enfim,
faz com que nos conectemos, por afinidade, com correntes de pensamento de mesmo
valor, de mesma qualidade. Temos esse poder de escolher o que atraímos para nossa
companhia psíquica. É sábio, portanto, exercer bem esse poder e devemos fazê-lo
com determinação e confiança.
Tratemos, portanto, de administrar nossos pensamentos alimentando apenas
aqueles que nos tragam bem-estar e vontade de progredir, tanto no campo físico
como no espiritual. Pensamentos desta natureza são positivos e afugentam, repelem
correntes vibratórias de qualidade oposta que podem retardar nosso avanço na caminhada
que programamos para nossa estada na Terra. E nossa saúde agradece.
Façamos uma lista negra onde figuram ideias de perseguição, pensamentos
de desastre, de derrota, de baixa estima e outros de mesma natureza negativa. E a
consultemos com frequência, para evitar alimentar tais ideias. Sabemos que é praticamente
impossível evitar que um mau pensamento nos aflija. Diante desta realidade,
se de um lado não podemos evitar que nos chegue, por outro podemos, sim,
não lhe dar guarida dizendo com convicção: “chegou, mas não fica”.
[1] Os pensamentos são coisas, Edward Walker. Disponível em
www.valdiraguilera.net
Publicado na edição de setembro de 2018 do jornal A Razão.
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